[SOLUÇÃO] - Folga na roda fônica, me aborreci...

[Bange]

Em Fev/20*, tive que trocar a polia e a roda fônica… sem entender a razão da causa, pois sempre que recoloco observo bem a posição da arruelona e o torque correto.
Quinta-feira passada, retornando de um programa de índio (supermercado), noto um barulho que só não ocorria em ML, sendo que a frequência aumentava com a rotação… não deu outra, 1 ano e meio após a troca da polia+roda fônica, o problema retornou um pouco diferente, pois era só barulho, sem perda de força e motor morrendo (não forcei também).
Na sexta pela manhã comprei o conjunto e já ia trocando direto, mas aí eu comecei a matutar do motivo do problema… qualidade do material? Não me pareceu… aperto menor que o recomendado? Posso até dar a mão à palmatória, mas não 100%…
Bom, o que trava a polia dentada na roda fônica é um único pequeno ressalto, muito próximo ao centro do eixo do VB, com altura de quase a metade da chapa da roda fônica (onde tem a cava), o momento de força ali é bem grande um pequeno peso no conjunto de acessórios (alternador, bomba do DH e compressor do AC, pode ficar meio que no limiar da resistência dos materiais e qualquer diferença pode motivar a destruição de um ou de outro (normalmente de ambos).
No tópico que fiz lá em Fev/20, o Fernando 4100, disse ter feito um trabalho de preenchimento com solda, recuperando a cava da roda fônica… mas na polia dentada não, e é bem provável que volte a dar problema, pois nada foi melhorado, apenas refeito.
Pensando um pouco mais em como melhorar o travamento de uma peça na outra, me veio a ideia de colocar pinos na polia dentada, travando na roda fônica, só dependia da dureza das peças, pois há limites para uma broca, mesmo que de HSS… aí só diamantada, coisa que não tenho e cara… mas para minha surpresa, ao tentar furar, foi muito fácil!!!
(*) https://www.corsaclube.com.br/viewtopic ... 7&t=113250

As peças foram bem limpas e coladas com ciano acrilato (Super Bonder), considerando a posição exata como se novas fossem… em seguida foram feitos 3 furos na medida de 6mm (que era um eixo que já tinha em minha sucata), os furos não foram passantes, foi um pouco além da metade da espessura da polia dentada e os eixos foram cortados (esmerilhados) para ficarem com menos de 1mm da face de encosto da arruelona, para não interferir no aperto.
Seguem as fotos…

Do problema...






Da folga...



Eixos preparados...


Dos furos feitos com as peças sincronizadas e coladas...


Como ficaram os furos na dentada...


Testando a junção das peças com os eixos trava...


Colocação no motor...


Com as travas colocadas (as 3), a folga entre a dentada e a fônica ficou menor que nas peças novas...
Os eixos entraram na dentada com uma leve pressão e devem ficar com o diâmetro uns décimos menor que a furação na fônica, de modo a que ela saia sem que a dentada venha junto (no caso de uma manutenção futura)...para isso, bastou lixar apenas a parte que sai da polia dentada.

Gostei da solução teórica e espero que na prática se confirme...

[SemControle]

se quiser algo eterno poderia deixar uma sobra e vir com uma prensa, ate nivelar, nem folga teria.....
uma solução estratégica, não vejo pq não dar muito certo

algum tempo atrás vi algo sinistro tmb, uma moto, moeu a ponta do vira onde vai a chaveta e o magneto girou em falso, o estrago foi grande, só q não tem peso assim no magneto

[Bange]

Sim, prensar daria folga zero e uniria as duas peças como se fosse uma, porém se perderia a visão da seta do sincronismo localizada na polia dentada (a fônica é maior e se sobrepõe, dificultando a visão), poderia se criar outra referência pela própria fônica, mas sai muito fora do comum e não gosto disso.
Creio que o pior dos momentos de força naquela simples saliência original na dentada seja no momento da partida, onde o conjunto está parado e a pancada é grande... em rotação fica mais leve e não creio que seja neste momento.
Uma outra possibilidade talvêz seja o valor do aperto estar muito próximo de um limite mínimo (95N +30° + 15°) ou ainda uma certa fadiga do parafuso reutilizado sistematicamente (os do cabeçote a recomendação é a troca sempre que aberto)...
O fato é que a colocação de 3 pinos/trava, dá uma robustez muito maior pra aguentar as porradas, assim espero...

[SemControle]

depois q vi medirem os parafusos da biela de uma moto, q eram originais ainda, e estavam 3mm maior q os novos sem uso, a recomendação é bem essa de se trocar sempre...
depende da tocada, se levar em conta as inúmeras reduzidas, arrancadas, tudo isso são pancadinhas em algo mínimo de "trava"
qnd montei o golf, o rotor plástico da bomba d'água se partiu em 3, pelo simples subir de giro de uma forma animalesca, então tudo é muita coisa em algo tão frágil ali

é esperar pra ver, mas acredito q isso nunca mais vai te dar dor de cabeça, uma solução muito bem pensada

[Bange]

Uma coisa que gostaria de frizar, pois esta solução pode ser aplicada até como preventivo (em peças novas), mas como certamente poderão haver proprietários ou mecânicos a adotar esta solução, seja por necessidade, economia ou até como teste mesmo...

1 - A polia dentada não pode ter folga nenhuma no eixo do VB, sua trava tem que estar perfeita.
2 - Mesmo com a destruição da trava da dentada para a fônica e/ou da cava na fônica, a furação só deve ser feita se for obtido o perfeito alinhamento entre ambas as peças e uma fixada na outra, seja por fixação mecânica ou por cola, como foi feito no meu caso.
3 - Durante e no final do processo, nenhuma rebarba ou ressalto pode ficar nas peças, pois vai interferir ou na junção dentada/fônica ou no encosto da arruelona.
3 - Os eixos/travas utilizados devem ter preferencialmente uma dureza igual ou maior que a dentada ou fônica (diâmetro máx. de 6mm e mín. de 4mm), e terem o lado que entra na dentada com a ponta cônica (preferencialmente a mesma conicidade da broca).
4 - O diâmetro dos furos e dos eixos devem ser iguais, o eixo deve entrar forçado na dentada (onde eles ficarão fixos), com pancadas leves e lixado apenas na parte para a fônica, de modo a que ela entre e saia com certa facilidade, mas que fique sem folga ou com folga desprezível.
5 - É fundamental para o sucesso na exatidão das medidas, o uso de paquímetro (para furo/eixo), e de um gabarito para a correta sincronização das peças (no caso da sincronização do ressalto da dentada com a cava da fônica não seja obtida visualmente - normalmente a destruição ocorre apenas de um lado (lado direito visto de frente), caso contrário o uso de um gabarito é imprescindível).

Exemplo de dano onde o reaproveitamento não pode ser feito (seta vermelha)


Como construir um gabarito para dentada e fônica?
Bom, infelizmente a maneira mais correta de se fazer um gabarito é partindo de peças novas, sem vícios... e as fotos a seguir mostram como.

Em uma base de madeira, colocar a dentada e ir colocando pregos para que ela não se mova para lado nenhum...


Cortar o excedente da altura da peça...




Encaixar a fônica em cima da dentada e fazer o mesmo...






Pronto, quaisquer peças (exceto a dentada com a chaveta do eixo do VB danificada), colocada nesse gabarito estarão perfeitamente sincronizadas.

[Fernando 4100]

Boa!
Eu uso pino elástico dessa forma pra prender a polia do ar na roda fônica.

[Bange]

Quase um ano após a solução dada, retorno para relatar outra ocorrência... a de carro fraco e difícil de pegar a qualquer tempo e hora.
Parei pra analisar o que seria e já me preparando para a retirada das velas (o mais comum nestes casos)... uma voz lá no fundo sussurrava "vê o sincronismo"... mas retirei as velas, não estavam ruins, mesmo assim limpei e conferi os espaçamentos... tudo em ordem.
Reparei as centelhas, todas fortes... mesmo assim resolvi medir a bobina, encontrando os seguintes valores:


Entrada:
1 - bateria (do cabo)
2 - terra (do cabo)
3 - infinito ou valores acima de Mega Ohm, dependendo da polaridade do multiteste em relação a terra (pino 2)
4 - infinito ou valores acima de Mega Ohm, dependendo da polaridade do multiteste em relação a terra (pino 2)

Medição inconclusiva, pois deve existir uma eletrônica antes do acesso ao primário das bobinas... ao menos não há curto.

Saída:
De Cil 1 para Cil 4 = 18,8 Kilo Ohm
De Cil 2 para Cil 3 = 20,4 Kilo Ohm

A diferença de valores denota um possível desequilíbrio na potência das centelhas... e a voz continua sussurrando "vê o sincronismo"...

Mesmo não acreditando que tal diferença pudesse ser a causadora do problema, comprei uma bobina da Magnet Marelli, tendo valores iguais e com 6,5 kilo Ohm nas saídas.... porém o problema continuou... e a voz também...

Já ia partir para os bicos, porém como o problema ocorre tanto na gasolina como no GNV, não fazia sentido... resolvi então dar atenção a voz e fui conferir o sincronismo e POW! Não deu outra... mas como se travei a polia dentada na roda fônica????
Essa parte estava perfeita, o que ocorreu foi que a cava do eixo do VB comeu a chaveta da polia dentada...

https://youtu.be/SoOj5OQRwG0

Comprei outra polia dentada e refiz as travas, pois ao menos o custo fica mais baixo já que a fônica não é destruída também...



Considerando a recorrência do problema e mesmo apertando com 100Nm (o recomendado é 95 + 30° + 15°), resolvi acrescentar 20% de torque e vamos ver quanto tempo durará...

[SemControle]

esse conjunto de peças descartáveis me remete as buchas q são feitas pra moer sem estragar as peças caras mesmo....e qnt mais vc tentar travar pra q nao estrague ai, o estrago vai passando pras outras peças q estavam teoricamente protegidas pelo desgaste das mais baratas....

[gtmski]

Saída:
De Cil 1 para Cil 4 = 18,8 Kilo Ohm
De Cil 2 para Cil 3 = 20,4 Kilo Ohm

...comprei uma bobina da Magnet Marelli, tendo valores iguais e com 6,5 kilo Ohm nas saídas....

A apostila da Injel fala em 5k a 6k Ω.... bom, pelo menos ganhou uma bobina nova e dentro das especificações

[Bange]

esse conjunto de peças descartáveis me remete as buchas q são feitas pra moer sem estragar as peças caras mesmo....e qnt mais vc tentar travar pra q nao estrague ai, o estrago vai passando pras outras peças q estavam teoricamente protegidas pelo desgaste das mais baratas....

Depende... buchas são usadas onde não cabe um rolamento ou se requer silêncio... mas de fato são elementos baratos e com desgaste que precede o restante envolvido.
O momento de força alí é bem grande e quando dá o problema, estraga a dentada (mais barato) e a fônica (mais caro)... ao travar, o estrago ficou só na dentada... mas a raiz do problema deve ser mesmo o torque a menor... esse negócio de 95Nm + 30° + 15°... no final dá um valor em torque que ninguém sabe, mas tem.
Eu já colocava 100Nm (5Nm a mais pra compensar os 30° + 15°), e pelo visto não estava adiantando... coloquei 20% a mais e vou monitorar de tempos em tempos.