[TUTORIAL] - Procedimentos para troca do líquido do arrefecimento.

Faça você mesmo as instalações e manutenções em o seu Corsa.
Responder
Bange
:: Moderador ::
Mensagens: 4644
Registrado em: Terça-feira 29 2013f Outubro 2013 07:47:34 PM
Localização: Rio de Janeiro - RJ
Modelo do veiculo: CORSA WAGON GLS 1.6 MPFI
Ano de fabricação: 1997

[TUTORIAL] - Procedimentos para troca do líquido do arrefeci

Mensagem por Bange »

Pessoal,

Fiz esta sequência em um outro fórum e achei interessante trazê-la pra cá.

Vejam que o conteúdo tende para ações de um reparador, pois em alguns casos há necessidade de equipamentos próprios de uma oficina, mas é possível fazer exatamente o mesmo com algumas dicas e procedimentos que em uma oficina iria alongar o tempo do resultado final...vejam também que o procedimento é genérico e serve para qualquer motorização de qualquer montadora...vamos lá...

1 - Conhecimento do volume de líquido para o motor.
Cada motorização/modelo, tem um determinado volume, que ainda varia se o carro tiver ou não AC, conhecê-la é fundamental.
2 - Conhecimento do tipo e concentração do aditivo
Cada montadora tem uma orientação (assim como o óleo do motor), onde o mais importante é conhecer o tipo (orgânico ou inorgânico), e a concentração (40%, 50%…). Salvo se houver certeza de que nenhum volume fica retido no motor ao se drenar o líquido, a composição pronta (já diluída), não é a indicada.
3 - Avaliação da necessidade de troca de componentes, limpeza e colocação do aditivo + água.
Substituir componentes (mangueiras, braçadeiras, VT, sensor, bomba, radiador, etc…), que não passarem em avaliações visuais ou em testes específicos.
Limpar o sistema, eliminando resíduos, líquidos antigos, etc...considerando sempre algum volume retido no motor.
No caso de uso do aditivo concentrado, este deve ser calculado em função do volume total do sistema e colocado primeiro, após isto, completa-se com a água (idealmente desmineralizada).

4 - Teste de estanqueidade do sistema.
Colocar pressão no sistema (ex.: com bomba manual e medidor de pressão), pouco acima do valor máximo da válvula da tampa e conferir se o valor permanece o mesmo por um período de no mínimo 1h, refazer o teste após a normalização de algum vazamento.
5 - Retirada de ar do sistema.
Independente da motorização, qualquer sistema deve estar isento de excesso de ar e o método mais comum é o de acrescentar líquido aos poucos e com o motor em funcionamento, mas com a VT aberta de modo a permitir o fluxo do líquido que ajuda a expulsar as bolhas de dentro do motor. Variar a RPM, após VT aberta. Cuidado com a possível elevação de temperatura neste processo...não deve passar os 100°C.
6 - Reteste de estanqueidade do sistema.
A finalidade é conferir se após o aquecimento do motor, não ocorreu alguma dilatação que tenha provocado algum vazamento, caso ocorra, conserte e refaça o teste.

Explicações adicionais:

Conhecimento do volume de líquido para o motor.
A montadora sempre fornece o volume total, que varia para mais de 0,2 a 0,5l, se o carro tiver AC.
Ex.:
Corsa 1.6 8V sem AC = 5,5l
Corsa 1.6 8V com AC = 5,8l
Golf 2.8 sem AC = 8,2l
Golf 2.8 com AC = 8,6l

Quando se drena o líquido do arrefecimento de qualquer motor, imagina-se que nada fique lá dentro, certo? ERRADO! Sempre fica um volume retido nas cavernas internas, o qual não se conhece nem o volume e nem a qualidade do mesmo. Ainda mais que normalmente se faz o dreno com o motor frio...logo a VT está fechada, o que contribuí mais para reter uma quantidade ainda maior. Mas como fazer para retirar tudo? Não tem como retirar tudo e o método a ser aplicado é a substituição ou a diluição com água pura em uma lavagem.

A lavagem é feita com equipamentos próprios ou mantendo-se o motor quente (acima do valor de abertura da VT- nos Corsas é 92 +- 2°C), deixando drenar um filete e ir adicionando água até que a coloração fique bem límpida (originalmente com aditivo colorido ou ferrugem), e isto pode demorar quase 1 hora até que se perceba a completa limpidez, ou seja, água pura.

Terminado o procedimento acima, é necessário drenar o máximo possível, aproveitando-se que a VT está aberta...desligue o motor e com cuidado para não se queimar, abra a mangueira de baixo do radiador, deixando sair até parar...quando parar, reponha e aperte bem a braçadeira.

Feito isto, mesmo sem conhecer o volume que ainda ficou dentro do motor, sabe-se ao menos que é só água…e o aditivo?

Bom, tomemos como exemplo o Corsa 1.6 8V, sem AC, cuja capacidade é 5,5l.

Dependendo do ano do carro, a montadora pode orientar o aditivo orgânico ou inorgânico (sintético), com concentração de 40% de aditivo...se indicar uma solução já diluída, esqueçam pois o volume que sempre fica retido altera a proporção de tal solução...então…

40% de 5,5l = 2,2l de aditivo puro (ou concentrado), que deve ser colocado antes da água final que preferencialmente deve ser água desmineralizada.

Posto o aditivo, complete com a água até o nível máximo indicado no reservatório...ligue o motor e complete sempre que baixar, até a ventoinha ligar...feche o reservatório e dê umas aceleradas, observando sempre a temperatura, que não deve passar dos 100°C, e o nível...se baixar, complete.

Com a VT aberta e as aceleradas, qualquer quantidade excessiva de ar agora está no reservatório...deixe o motor esfriar, abra o reservatório com cuidado e acrescente mais água se necessário...ou retire o excedente caso passe do nível máximo.

É bom agora forçar a elevação da temperatura até uns 100°C, colocando papelões na frente do radiador ou desligando a ventoinha...isto provocará uma pressão suficiente para testar vazamentos (estanqueidade), e como a única conexão fixa aberta foi na mangueira de baixo do radiador, o único ponto de vazamento só pode ser lá...corrija se necessário.

A análise dos materiais como mangueiras, VT, bomba, radiador, etc...é para quando houver alguma manutenção que necessite a desmontagem de parte ou de todo o sistema...aí aproveita-se o momento para averiguar e antecipar uma substituição.

A substituição do líquido deve ser feita de acordo com a orientação da montadora ou na falta desta, de acordo com o fabricante do aditivo (normalmente em torno de 2 anos).

Se for verificado ao longo do tempo de uso, alguma perda de líquido sem que se descubra o ponto de vazamento, é aconselhável a troca da tampa do reservatório, pois lá existe uma válvula que pode ser a causadora e neste caso deve-se completar o sistema com uma mistura de mesma concentração, ou seja, 40% de aditivo e 60% de água (preferencialmente desmineralizada).
Responder
  • Tópicos Semelhantes
    Respostas
    Exibições
    Última mensagem

Voltar para “Tutoriais”